sábado, 31 de outubro de 2009

Lipovetsky e a mídia


Retrato perfeito descrito por Gilles Lipovetsky sobre a mídia e seu comportamento atual.

"Como não mencionar os efeitos negativos da mídia sobre a cultura e o debate público? Supostamente destinada a informar-nos, ela mais nos desinforma em função de interesses sensacionalistas ou políticos. Em vez de elevar o nível do debate público, a mídia transforma e política em espetáculo. Em vez de promover uma cultura de qualidade, ela nos proporciona variedades insípidas, multiplica os programas esportivos e deixa para o horário mais tardio possível, quando não a suprime, a programação de caráter minimamente cultural."

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Blogueando no Dossiê Alex Primo



Um dos maiores sucessos atuais na internet, é o perfil criado pelo apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner.

Comprovadamente real, ele interage mostrando uma simplicidade e descontração que nunca imaginaríamos ver no sério apresentador do JN.


Dando uma surfada por aí, achei esse post do blog Dossiê Alex Primo e achei muito interessante a abordagem do tema sobre a visão do que é fake e do que é real.

Confira na íntegra e depois dê uma "zapeada" no blog do Alex, pois vale a pena.


William Bonner passou a ser notícia. Tornou-se o novo "queridinho" da twittosfera brasileira. Seu número de seguidores não para de crescer. Apesar da seriedade que apresenta no Jornal Nacional e em entrevistas que concede, descobre-se que Bonner tem bom humor e que gosta de twittar.


Essa recente descoberta das interações no ciberespaço (ele confessa que nunca gostou de mídias sociais) vem sendo motivo de inúmeras matérias em jornais e sites noticiosos. Além disso, Bonner foi entrevistado no programa de Marília Gabriela, que buscou mostrar o lado "mais humano" do jornalista.


Mas cabe agora perguntar: quão real é o perfil @realwbonner? Durante o programa de Marília Gabriela foi possível constatar que Bonner pode ser divertido, que sabe fazer imitações e canta razoavelmente bem (arriscou dois versos de New York, New York). Mas também descobrimos que seu nome real é William Bonemer Júnior. O sobrenome Bonner foi criado por ele assim que chegou na Globo, para proteger o nome de seu pai, um médico conhecido. Como se vê, desde os primeiros passos no telejornalismo ele já se mostrava consciente do papel público que desempenharia. Podemos então ampliar nossa pergunta: Quanto de Bonemer existe (ou resiste) em Bonner?


William Bonner é um personagem, que Bonemer Júnior sabe desempenhar muito bem. Por mais que se esforçasse em provar que é uma pessoa comum durante a entrevista à Marília Gabriela, o super-ego Bonner rapidamente tomava as rédeas de Bonemer. Quando falou de seu amor por Fátima Bernardes (cujo nome era quase sempre acompanhado do sobrenome), parecia estar recitando um texto lido em um teleprompter. A naturalidade em algumas falas logo dava lugar ao personagem institucional.

Vida dura essa de celebridade. Como homem público, editor e apresentador do principal telejornal do país, William Bonner sabe da responsabilidade que carrega em seus ombros. Sabe que sua vida "íntima" é fonte de curiosidade do grande público. E quando a expõe, faz com todo o cuidado. As matérias sobre sua família feliz e perfeita estampam capas da revista Caras. Não há um fio de cabelo fora do lugar, um copo sujo esquecido na mesa auxiliar. Todos sorriem e celebram a vida de uma família de propaganda de margarina.

Bonner diz na entrevista que toma cuidados no trânsito, pois sabe que uma buzinada sua pode parar em sites de fofocas. E celebra que foi elogiado em tablóides online ao pacientemente esperar que um taxista movesse seu veículo para que ele pudesse manobrar. William é plenamente consciente que seu personagem Bonner precisa ser atualizado a todo momento, que a idolatria que desperta é importante para sua carreira e para a TV Globo. Sabe cultivar essa estrela e conhece bem como lucrar com isso.

Até mesmo a imitação de Lula no programa de Marília Gabriela é precisamente planejada. Recusa-se a imitar Clodovil, mesmo que o faça em outros momentos. Sabe que o vídeo vazado na rede com essa imitação poderia ter arranhado sua credibilidade. Bonner percebe que esse novo momento em sua carreira é importante. Arrisca momentos descontraídos durante a entrevista e ensaia algum "charminho" ao falsamente recusar cantar e fazer imitações no programa. Claro, logo em seguida (segundos depois) concede uma pitada de Bonemer.

William, o Bonner, sabe da importância das celebridades na cultura contemporânea. Conta com entusiasmo que esbarrou em Paul McCartney em uma rua americana. Confessa que virou-se maravilhado e lamenta não ter tirado uma foto. A partir desse exemplo prosaico revela ser consciente do papel de estrela que desempenha, da importância disso para sua atuação profissional e que sabe muito bem administrar o personagem.

Bonemer é hoje aprisionado por Bonner. O primeiro se mostra no privado. O segundo é cultivado publicamente. E @realwbonner é real? Sim, um bonner absolutamente real...enquanto personagem no virtual. William sabe muito bem que os internautas não querem conhecer Bonemer. O que importa é a aura de (pseudo) autenticidade que é gerida profissionalmente por William. A informalidade presente em seus tweets são investimentos no produto Bonner. Parece que essa mercadoria ganhou novo valor na prateleira da mídia massiva.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Blogueando no Insônia Literária

Foto: Alexandre Grand





Blogueando nos blogs amigos, encontrei a seguinte poesia, no Insônia Literária:



No canto

(Mariana Valle)



Sozinha,

no meu canto,

o pranto fica mais fácil

e fluido,profundo.

A verdade fica mais

clara, mais cara,

e a tara mais evidente.

Eu sinto melhor a falta,

ponho a ausência em

pauta,

conecto-me à essência

das palavras e da alma.

Não busco as palmas.

Almejo a decência,

a coerência com o que

sou,

com o que restou de mim,

depois de você.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Palestina

Na semana passada assisti a um documentário interessante (e recomendável) sobre o início do infindável conflitos dos palestinos e israelenses.

Transmitido pela TV Escola (canal 112 da Sky TV), o filme bem montado e imparcial mostra a História desde o fim do Império Otomano, passando pela ocupação inglesa e francesa da região, até passar pela Segunda Guerra Mundial e a criação do estado de Israel.


Um documentário que funciona bem, com muitas imagens de arquivos e cenas chocantes de um conflito eterno e que parece cada vez mais longe de uma saída pacífica, para esta guerra sem vencedores.


Fica a dica!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

COLUNA DA ROUGE CERISE

Reprodução: Internet


A coluna da Rouge apresentará uma série de contos do livro A Dama e o Vagabundo em tabela periódica. O capítulo de hoje: "Como dois animais"

Cobalto caminhava pelas ruas sombrias de Londres.

Garoa fininha, frio e neblina faziam cenário à bela mulher de longos cabelos vermelhos que possuía um semblante um tanto triste, mas sempre sensual de saias e botas.

Argônio era um netos de nobres lordes e sempre ao passar de frente ao café “Cha goût du désir” a vê. Naquele dia chuvoso, resolve tomar coragem e entrar. Como num passe de mágica se encanta pelos lábios carnudos pintados de vermelho paixão e o sentimento é fulminante.

A imagem da doce Cobalto sentada lendo o livro despertava nele os mais profundos desejos. Ele a avistava e desejava as delicadas fitas negras da liga que ela usava.

O deleite tornou-se um vício, não era possível passar uma manhã sem ver a bela de lábios vermelhos e descobrir qual era cor de suas fitas e que segredos aquela bela mulher escondia em seu “Mundo de Sofia”.

A partir desse dia, ele passa a deixar cartas anônimas com a atendente. A ruiva recebe, lê com atenção e sorri.

O homem fica observando e quando a bela se retirava do recinto, ele recebia da atendente a resposta que sempre continha apenas uma palavra e um beijo marcado que incendiava o seu dia.

A cada carta ela responde com uma palavra em um guardanapo, novamente sorri, mas continua atenta ao livro, porém, não sabe pra qual destinatário.

O provocante jogo verborrágico-lúdico se desenrola.

Manhã de chuva mais densa, e a mesma rotina: A sedutora Cobalto chega, abre o livro, cruza as pernas e a atendente vem ao seu encontro com uma carta.

O conteúdo era provocante, narrava um sonho em que seu admirador secreto havia tido: uma dança, lábios a um milímetro de distância. A narrativa descrevia a boca seca, coração com leve disparo, entre as veias circula a adrenalina cérebro a mil e vários pensamentos para atos futuros.

(Clique aqui para conhecer mais sobre o sonho)

Lorde Cobalto analisa na mesa em frente cada gesto de Cobalto.

Novamente, ela lê,sorri, escreve uma palavra, mas não sela com um beijo.

No momento que a moça se retira do café “Cha goût du désir”, Lorde Argônio não espera nem mesmo que a atendente venha ao seu encontro, ele vai ao balcão e pede que o entregue a resposta.

O guardanapo não está marcado com um beijo e sim um uma lágrima.

A palavra?

FIM!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Substitutos


Estou na minha fase cinéfilo. Depois de curtir Bastardos Inglórios, Salve Geral e Distrito 9, foi a vez de curtir o mais novo longa de Bruce Willis, no dia de sua estreia.
Substitutos tem como fundo de pano um mundo em um futuro próximo, no qual as pessoas não precisam mais ir às ruas para viver. Elas usam os Substitutos e através de uma conexão experimenta todas as sensações de uma vida real. Com isso, o mundo se torna mais seguro e perto da perfeição. Todas as pessoas são bonitas, magras e plastificadas...
Mas a perfeição do mundo real acaba por ser abalada com dois assassinatos de pessoas reais. Entra em cena Bruce Willis (que interpreta mais um vez um policial) e tenta desvendar os crimes.
Mas por trás deste batido pano de fundo, algumas questões filosóficas são apresentadas para os apreciadores da sétima arte. Até que ponto é saudável o uso excessivo da tecnologia? Este talvez seja o tema central.
Vale a pena dar uma conferida!

domingo, 25 de outubro de 2009

Dualidade da Hipermodernidade


A Hipermodernidade é recheada de dualidades e controvérsias. Vivemos em um sociedade cada vez mais repletas de informações e mesmo assim as pessoas parecem cada vez mais desinformadas.
Pensamos cada vez mais na saúde, quando nos subtemos a processos clínicos, malhação e dietas. E nunca sofremos tanto de doenças causadas por essa busca incessante da beleza e da "saúde".
Anorexia, bulimia, depressão, stress... Típicas doenças da hipermodernidade e que são causadas, na maioria das vezes, pela constante luta na conquista do bem estar e da saúde.
Lendo Gilles Lipovetsky, encontrei uma passagem interessante que aborda exatamente esse assunto:
"Os indivíduos hipermodernos são ao mesmo tempo mais informados e mais desestruturados, mais adultos e mais instáveis, menos ideológicos e mais tributários das modas, mais abertos e mais influenciáveis, mais críticos e mais superficiais, mais céticos e menos profundos."
Acho que chegou a hora de pararmos um pouco e refletimos sobre nossas atitudes e se as mesmas nos trazem mais benefícios do que malefícios.

sábado, 24 de outubro de 2009

Siga o Eco


O simpático senhor da foto acima é Umberto Eco. Dono de umas maiores mentes em atividade atualmente, Eco ficou mais conhecido do grande público como escritor do clássico livro (depois adaptado para a grande tela) O nome da Rosa.
Uma das frases proferidas sobre a tecnologia e seu uso excessivo, é uma de minhas preferidas.
“Depois de doze horas diante do console de um computador, meus olhos são como duas bolas de tênis, e eu sinto a necessidade de sentar-me confortavelmente numa poltrona e ler um jornal ou, quem sabe, um belo poema.”
Então, siga o Eco. Relaxe e tire uma folga de toda essa parafernália eletrônica que nos cerca. Desligue o computador e a TV e vá ler um livro.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sorria, você está sendo filmado


Vivemos hoje em dia cercado por câmeras de vídeo, filmadoras, câmeras digitais e todo o tipo de instrumento capaz de captar imagens e vídeos em qualquer lugar.
O mundo eletrônico acaba revelando tudo o que se possa imaginar. Alguns fatos acontecidos essa semana, no Rio de Janeiro, relacionados com a violência acabam por comprovar essa tese.
O primeiro foi o assassinato de um dos integrantes do grupo Afro Reggae. O crime foi filmado por câmeras de segurança interna de um dos prédios próximos. Com isso foi possível ver a conivência de dois policiais militares, que chegaram a prender os bandidos, mas os liberou após pegar os pertences roubados da vítima.
O segundo caso foi o de um corpo abandonado em Vila Isabel, após a guerra entre traficantes e policiais. Assim que o mesmo foi descoberto em um carro de supermercado, diversas pessoas com celulares estavam em volta tirando fotos ou fazendo filmagens com seus pequenos instrumentos eletrônicos.

O futuro previsto por George Orwell em 1984, onde o Grande irmão estaria no comando de toda a sociedade, parece estar mais próximo do que nunca.

Lembrando que hoje tem Devaneios Argônicos, no Le Poéte. Aguardo a visita de todos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A torre negra (Volume 1): O pistoleiro


Stephen King há muito é reconhecido como o mestre do suspense e do horror por crítica e público. Porém, um de seus projetos mais ambiciosos apresenta-se aos leitores na forma de uma história fantástica, nos moldes de Tolkien e seu brilhante Senhor dos Anéis. Esta semelhança não é por acaso, já que King já no prefácio diz que sua obra foi inspirada mesmo em Tolkien.
A torre negra divide-se em 7 volumes, o que resulta em mais de 2500 páginas escrita de forma envolvente e surpreendente, com a assinatura da escrita peculiar de King.
Neste primeiro volume, o Mundo médio começa a nos ser apresentado, através de seu personagem principal. Conhecido por todos como O Pistoleiro, Roland Deschain, começa sua saga atrás do Homem de preto e da Torre Negra, que será o local que poderá evitar a completa destruição do já combalido Mundo Médio.
Na sua incansável busca, o Pistoleiro passará por locais assombrosos e conhecerá pessoas não menos estranhas. Algumas irão cruzar seu caminho para ajudá-lo, contudo a maioria irá tentar impedir o seu êxito na busca da Torre.
Aventura fantástica e que irá despertar a curiosidade para a leitura dos outros seis volumes que completam a saga.
Uma curiosidade: A obra completa demorou mais de 15 anos para ser escrita, o que causava certa comoção nos leitores. Vários deles chegavam a escrever cartas durante o lançamento de um volume e outro, para saberem como a história iria terminar. Stephen King chega a comentar, no prefácio da história, que uma senhora a beira da morte, escreveu-lhe para saber o final da história, já que ela acreditava que não sobreviveria para ler o último volume.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Congo


Um escritor de sucesso. Assim podemos definir Michael Crichton. Americano, nascido em Chicago no ano de 1942, Crichton formou-se em Medicina, na Universidade de Harvard, porém sua paixão pela literatura sempre falou mais forte. Escreveu vários livros de sucesso, sendo muito deles adaptado para o cinema. Alguns exemplos de sucesso: Jurassic Park, Twister e o próprio Congo. Além de escrever livros de sucesso, Crichton criou a série televisiva ER (Plantão Médico) e chegou a dirigir alguns filmes em Hollywood.
No livro Congo, a história se passa em uma selva no coração da África. Após o sumiço de uma expedição, que estava atrás de uma cidade perdida com diamantes escondidos, a cientista Karen Ross aventura-se na selva em busca de pistas sobre a expedição e a cidade perdida de Zini. Com a ajuda de um especialista em primatas, Dr. Peter Elliot, e sua gorila amestrada, Amy, Ross se vê no meio de uma aventura sem precedentes.
Livro com muito suspense e aventura. Narrativa intensa e que tem um efeito interessante, geralmente quando lemos o livro antes de ver a adaptação cinematográfica, nos decepcionamos com o filme, uma vez que o livro é infinitamente superior.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

COLUNA DA ROUGE CERISE





A coluna Rouge está atônita!
Sem palavras, rimas ou redondilhas.
Falarei do sentimento às famílias cariocas.
Mas qual sentimento?
Solidariedade,fraternidade ou indignação?
Sinceramente não encontro o sentimento correto.
Somente parafrasearei à Drummond:

Mãos Dadas
Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Convido a você, amigo a clamar pelo estabelecimento da paz no Rio de Janeiro.

Abraços de paz!

Rouge Cerise

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Distrito 9


Na semana passada fui ver Distrito 9, no dia de sua estreia.
O filme é muito bem produzido e com muita ação. Os atores desconhecidos do grande público, dão conta do recado e faz com que a história transmita emoção.
A trama dos extraterrestres que acabam por ficar presos na Terra, com sua nave mãe estacionada sobre a África do Sul, é muito criativa e um bom pano de fundo para tratar de temas relevantes tais como segregação, marginalidade e humanidade.
Já disse em posts anteriores, que estou longe de ser um crítico de cinema. Não entendo de cortes, tomadas e outras categorias técnicas.
Mas alguns artifícios, tais como usar câmeras de TV e câmeras de circuito interno é uma boa maneira de prender ainda mais a atenção dos amantes da sétima arte.
Uma boa dica para assistir e refletir um pouco ao final do filme.

domingo, 18 de outubro de 2009

Deus nos ajude!

Foto: Site O Globo.com

A foto acima parece saída de uma cena de ficção. Mas, infelizmente, foi feita em pleno Sábado, de manhã.

Uma verdadeira guerra foi iniciada na madrugada de sexta para sábado e que refletiu em alguns bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro.

Traficantes rivais tentaram tomar o controle do Morro dos Macacos (Vila Isabel) e o revide prolongou a guerra por horas. Quando a polícia chegou, um helicóptero foi abatido em pleno voo e dois policiais morreram na hora.

As cenas acima parecem roteiro de filme, mas não choca mais quem mora e vive esse dia a dia nos bairros controlados pelo tráfico de drogas.

Já passou da hora da sociedade civil reagir e cobrar, de maneira mais efetiva, uma atitude dos governantes (seja em qual esfera for).

Enquanto isso, resta aos cariocas rezar e pedir proteção a Deus.

sábado, 17 de outubro de 2009

Isolamento x Integração


Costumo dizer que uma das melhores invenções da humanidade foi o fone de ouvido. Quem me conhece sabe que dificilmente saio sem o meu velho companheiro de guerra. Quero me concentrar? Fone no ouvido. Quero relaxar? Fone de novo. Quero me isolar? Ele novamente.
São vários os motivos pelo qual gosto de usá-lo.
Lendo o livro a Rede, de Juan Luis Cebrian, ele comenta em uma passagem sobre os walkmen e outros avanços da tecnologia.
"O telefone celular, o microcomputador, a segmentação temática dos canais, as locadoras de vídeo, os fones de alta-fidelidade, os walkmen são todos inventos destinados ao indivíduo. "
O interessante é que a tecnologia que por muitas das vezes parece tornar o ser humano mais sociável, acaba por individualizá-los cada vez mais.
O caso do fone de ouvido é clássico. Sempre que acompanho a chegada de um time de futebol ao estádio, quando os jogadores estão desembarcando dos ônibus, vejo aquela turma com os fones nos ouvidos, se isolando cada vez mais.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Projetos


Caro Argonauta, se você frequenta constantemente este espaço, leu a primeira parte do Projeto Leo Lagden...Alguns comentaram e deram opiniões. Portanto, segue mais um pedaço e aguardo novos comentários.
Para quem perdeu a primeira parte, clique no link a seguir: Projeto Leo Lagden (Parte I)
Chegou a pensar em um infarto e que estaria em coma no hospital. Mas ele era muito novo, 32 anos, saudável, praticava esportes, comida natural... Seguia a risca todas as recomendações médicas, não bebia, não fumava, corria, nadava... Não, isso não.
Começou a chorar e questionar o porquê daquele inferno etar acontecendo com ele. Parecia conto de ficção, daqueles que ele gostava de ler nos dia de folga. Essa história parecia encaixar mais em um livro de Stephen King ou de Edgard Allan Poe, não em uma vida tranqüila como a sua. Como um filme, começou a lembrar de todos os momentos a procura de uma explicação racional. Pois como tudo em sua vida, alguma explicação exata e racional ele deveria achar para o fato.
Lembrou de sua mãe e seu pai, da formatura, da emoção de seu casamento e do nascimento dos seus dois filhos. Cada vez mais confuso Fábio tentou ficar de pé e com dificuldade escorou-se em que parecia ser uma parede de tijolos úmida. Tateou no escuro e verificou que o quarto media cerca de 3 x 3. Imediatamente outra idéia nasceu em sua cabeça: Seqüestro! Lógico, só poderia ser. Tudo encaixava, tinha uma boa situação financeira, um carro importado, uma casa em um ponto nobre da cidade do Rio de Janeiro, que ficava cada vez mais violenta. Tentou tranqüilizar-se, pois tudo seria resolvido. Trabalhava em uma empresa que daria toda a assistência aos seus familiares nas negociações com os seqüestradores.
Lembrando que hoje é dia de coluna Devaneios Argônicos no Le Poéte.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Abusado


O jornalista Caco Barcelos é conhecido de todo grande público por atuar no maior canal de televisão aberta do país, a TV Globo. Com 55 anos de idade e mais de 30 dedicados a profissão de jornalista, Caco tornou-se uma referência no meio da profissão como sendo um especialista em reportagens investigativas.
Seus dois livros de maior sucesso, Rota 66 e Abusado, tornaram-se leitura obrigatória para os estudantes e profissionais do ramo de Comunicação, por ser uma verdadeira aula de como se pratica o bom e velho jornalismo investigativo. Além disso, Barcelos foi contemplado com o prêmio Jabuti e Esso pelo livro-reportagem Rota 66.
Abusado: O dono do morro Santa Marta foi escrito ao longo de cinco anos por Barcelos e compreendeu entrevistas com moradores da favela, familiares de traficantes, policiais e até mesmo entrevistas com o personagem principal do livro, identificado sob o codinome Juliano VP, um famoso traficante do Rio de Janeiro. A partir destes relatos, a história de Juliano vai sendo contada desde o início de sua trajetória no tráfico, até se tornar um dos gerentes do morro Santa Marta.
Diversas passagens que ganharam destaque na mídia na época, como o seu envolvimento com um famoso cineasta brasileiro e também a visita de Michael Jackson no morro, para a gravação de um vídeo clipe, são retratadas no livro. Além disso, a realidade das favelas e as condições sub-humanas a que estão expostas os moradores desses locais são escritos com uma crueza e veracidade que chega a chocar.
Com certeza um dos melhores livros já lançados no país e uma leitura que joga uma luz sobre um dos assuntos que mais preocupa a sociedade brasileira nos dias de hoje: a violência nas grandes cidades.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Salve Geral


Mais uma incursão do Argônio pelo mundo da sétima arte.
Assisti ao filme brasileiro atualmente em cartaz nos cinemas, Salve geral.
A história, inspirada em fatos reais, costura a história de uma mãe, que vê seu mundo virar de pernas para o ar, quando seu filho acaba por cometer um crime e é preso em flagrante, com a história do motim conflagrado pelo PCC em diversas penitenciárias e protestos nas ruas de São Paulo.
O filme é muito interessante e conseguiu me prender até o final. Geralmente fico com um pé atrás com filmes que tentam ser baseados em fatos reais. Mas, o diretor Sérgio Rezende consegue mesclar ação, drama e uma certa dose de suspense.
Vale a pena dar uma conferida no filme indicado para concorrer a uma vaga na corrida do Oscar (pré-Oscar), pelo prêmio de melhor filme estrangeiro.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

COLUNA DA ROUGE

Olá!
Procuro desesperadamente!
Abraço!

Rouge Cerise



PISTAS






Teu corpo possui pistas
Desenhos e aromas
Braços,costas,pernas,nuca
Caminhos a serem descobertos
Indomável percorro suas PINTAS.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Obrigado, Maurício!


Desde a minha infância, a leitura sempre esteve presente na minha vida. Um dos incentivadores foi Maurício de Sousa. O criador da Turma da Mônica, criador de histórias simples e singelas, tem o dom de se comunicar diretamente com o público infantil de maneira peculiar.
Criador de uma infinidade de personagens, Maurício tem uma enorme capacidade de se reinventar a cada momento, criando novas histórias e novos canais de comunicação.
Atualmente, consegue ainda atingir o público infantil e adolescentes com suas histórias em forma de mangás japoneses e retratando a interminável Turma da Mônica em fase adolescente.
Uma curiosidade: Maurício de Sousa foi amigo de infância de meu pai e até hoje eu e minhas irmãs guardamos um desenho feito pelo próprio. Guardamos como um verdadeiro troféu.
Feliz da criança que pode crescer lendo as histórias maravilhosas e cultivando o hábito da leitura desde cedo.
Obrigado, Maurício!

domingo, 11 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios

Estreiou nesta última sexta feira o novo filme de Quentin Tarantino. Parti para o cinema no primeiro dia para conferir a novidade de um poucos diretores da atualidade capaz de subverter a lógica e mostrar coisas novas na grande tela.
Não me decepcionei nem um momento ao ver Tarantino em sua melhor forma. O filme é uma verdadeira obra prima de Tarantino. Humor negro, ação, violência e ritmo na medida certa.
Brad Pitt, em uma de suas melhores atuações, ajudado por uma grande turma comanda o show de mais de 150 minutos, sem deixar arrastar e cair na monotonia.
Estou longe de ser um crítico de cinema. Não analiso cortes, tomadas, figurino, montagem e outras categorias técnicas. Apenas adoro cinema e aponto os filmes que gosto ou não.
Bastardos Inglórios conseguiu entrar na lista dos melhores filmes que já assisti.
Vale a pena o ingresso!

sábado, 10 de outubro de 2009

Como enxergar a revolução tecnológica?

A Revolução Tecnológica que assistimos em curso atualmente é avassaladora. As mudanças acontecem em ritmo cada vez mais aceleradas e com isso, a corrente de quem critica e aponta defeitos na utilização de novas tecnologias continua proliferando.
Retirei o trecho a seguir do livro A Rede, do autor Juan Luis Cebrián. Vale a pena conferir e refletir sobre como enxergamos as mudanças a nossa volta.

"A invenção da imprensa foi considerada por muitos, como um instrumento diabólico que se dedicaria, fundamentalmente, à produção de pornografia e de idéias subversivas – isso se pensava nas oficinas da Sorbonne, mesmo que o primeiro livro impresso nelas tenha sida a Bíblia. O telefone mereceu o cumprimento descrente dos peritos daquela época, que estimavam que não poderia desenvolver-se um invento destinado a irromper na intimidade dos lares e acabar com a paz doméstica. Quando a televisão surgiu nos Estados Unidos, o respeitado New York Times publicou artigos explicando como os americanos não teriam tempo, em sua vida, para assistir, durante meia hora diária, o que a tela lhes poderia oferecer. Hoje, estamos diante de uma atitude radicalmente contrária."

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Tarefa inglória


Escutar rádio atualmente, no Rio de Janeiro, é uma tarefa árdua e inglória.

Poucas opções de gêneros musicais, rádios de notícia ou religiosas. A programação das estações que possuem o mesmo nicho são muito semelhantes e as músicas tocadas são sempre as mesmas (Jabá?).
Tirando que quem gosta do bom e velho rock (como eu), simplesmente não tem opção.

Some-se a isso a malfadada A Voz do Brasil, que invade nossas rádios durante a semana de 19 às 20 horas, justamente no momento de engarrafamentos e que a notícia sobre trânsito seria uma boa pedida.

Tudo bem, que hoje temos o recurso de MP3, CD's e outros meios de escolhermos nossas músicas e montarmos a nossa própria grade de programação. Mas, às vezes, sinto falta de colocar em uma estação de rádio e ficar escutando, sem ter a responsabilidade de ter que ficar abastecendo minha estação virtual.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Blogueando no Ponte Sobre o Abismo

Blogueando nos blogs amigos, encontrei esta passagem no Ponte sobre o Abismo, do mestre Wilson Oliveira.

Cortázar e os escribas

"Como os escribas continuarão, os poucos leitores que no mundo havia vão mudar de profissão e adotar também a de escriba. Cada vez mais os países serão compostos por escribas e por fábricas de papel e tinta, os escribas de dia e as máquinas de noite para imprimir o trabalho dos escribas. Primeiro, as bibliotecas transbordarão para fora das casas; então, as prefeituras resolvem (já estamos vendo tudo) sacrificar as áreas de recreação infantil para ampliar as bibliotecas. Depois sucumbem os teatros, as maternidades, os matadouros, as cantinas, os hospitais. (...) os escribas trabalham sem trégua porque a humanidade respeita as vocações e os impressos já chegam à beira do mar"

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Snake Plissken no Rio

Quando era garoto, lembro de que um dos filmes que eu mais gostava assistir era Fuga de Nova York.

A história de ficção mostrava uma sombria Nova York transformada em um presídio de segurança máxima, em um futuro próximo. Lembro da cidade cercada por muros muito altos, cercas e todas as cenas se passam durante a noite, conferindo um ar mais sombrio ainda.

Dentro de Nova York, a bandidagem que era mantida ali, tinha acesso a todos os lugares. Não havia policiamento, do tipo "quem está dentro não sai e quem está fora não entra", a não ser se fosse condenado a ficar trancafiado nesta prisão.
Neste filme, o avião do presidente dos Estados Unidos sofre um acidente e cai dentro da prisão. O governo contrata um herói de guerra (Snake Plissken encenado por Kurt Russel), mas condenado pela justiça, para salvar o presidente.

Sempre que acompanho os noticiários do cotidiano do Rio de Janeiro, fico imaginando quando veremos a Cidade Maravilhosa se transformar numa réplica medonha dessa Nova York sitiada. Da maneira como vemos a população acuada e o domínio criminoso nos mais diversos bairros, independente de localização e valor de IPTU, não demora muito para chegarmos lá.

A dúvida que fica é se teremos um Snake Plissken para nos salvar.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

COLUNA ROUGE CERISE


Olá!
Como me sinto satisfeita em postar nesse espaço virtual às terças-feiras.
Hoje é uma data altamente especial e compartilho um experimento feito em meu laboratório.
Abraços!
Rouge

PORÇÃO ARGÔNICA
O dia amanhece e Dra.Rouge Cobalto entra no laboratório.
Teste do dia?
Um presente de aniversário!
Estranho experimento em um mundo de metais, gases nobres, e semimetais da tabela periódica.
Porém, este é o vasto mundo da Química, onde se encontra lugar até mesmo para porções de mídias.
Partindo da premissa que àtomos e elétrons precisam de CNTP.
Para tal, uma pequena porção de “Windows to the Soul” (Steve Vai). As condições normais de temperatura e pressão seguem em um ambiente perfeito à reação química.
Sendo assim, o terceiro elemento da classe dos gases nobres constitui no local cerca de 1% do ar atmosférico.
Dra.Rouge obtém uma destilação fracionada do ar líquido.
Atmosfera inerte, tubo de ensaio e elementos da porção argônica:

Literatura
Culinária
Imagens surreais
Mídia
Futebol
Laboratório
Flamengo
Lasanha
Rock and roll
Steve Vai
Inteligência

Para perfeita captura neutrônica e obtenção de maior luminosidade: diversas doses de FLOR.

Experimento concluído!

Eis o resultado!

Porção Argônica !


Léo, FELIZ ANIVERSÁRIO!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dúvidas Argônicas



Caros Argonautas, algumas questões que rondam a minha cabeça continuam sem respostas:

(01) Por que a Vila do Pan, construída a toque de caixa, para receber os atletas do PAN 2007 (Rio de Janeiro) continua praticamente abandonada, mais de 2 anos depois? Os apartamentos não tinham sido todos vendidos?

(02) O exército brasileiro continua em missão no Haiti? Por que não se fala mais no assunto?

(03) E o processo contra a Casa & Vídeo? Qual rumo tomou? A mídia não noticia por ser um de seus maiores anunciantes?

domingo, 4 de outubro de 2009

O testamento



Brigas religiosas, artefatos místicos, mensagens criptografadas e um expert em decifrar códigos. Você saberia dizer de qual livro pertence esse enredo? Errou feio quem disse O Código da Vinci ou qualquer história do professor Robert Lagndon, criado pelo escritor Dan Brown.

O livro em questão é O Testamento, do autor e sociólogo americano Eric van Lustbader e surpreende por ser um thriller de ação e suspense que prende o leitor desde o começo.

A história, um pouco batida, mostra a luta de Braverman Shaw em decifrar códigos deixados por seu pai, membro de uma seita secreta e que deixou um tesouro escondido e que pode abalar a convicção da igreja Católica em todo o mundo.
Percorrendo pistas cifradas e com a ajuda de uma protetora designada por seu próprio pai, antes de morrer, Shaw percorre diversos países em busca de respostas para todas as suas dúvidas.

Uma leitura interessante e um excelente passatempo para quem aprecia livros de ficção misturados com fatos históricos.

sábado, 3 de outubro de 2009

O Dossiê Odessa


Frederick Forsyth nasceu na Inglaterra no ano de 1938 e ingressou na RAF (Real Air Force) com 19 anos. Após um ano de serviço militar, Forsyth iniciou sua carreira jornalística, onde pode trabalhar como correspondente internacional e cobrir a fundo diversas crises da política internacional.

Em 1970, resolveu escrever livros e tomou como tema central de seu primeiro romance, o atentado ao General Charles de Gaulle. Desta iniciativa surgiu o livro mais famoso do escritor: O dia do Chacal. Desde então, Forsyth escreveu dezenas de livros sempre misturando aventura, suspense e conflitos políticos.
O dossiê Odessa retrata a história de um jornalista alemão, Peter Miller, que por coincidência do destino vê chegar a suas mãos um diário de um sobrevivente do genocídio nazista. A partir daí, Miller começa uma incessante busca de criminosos de guerra, ainda em liberdade e vê sua vida entrar em uma aventura perigosa. Destaque para o desfecho surpreendente do livro.
Romance com uma escrita envolvente, marca registrada de Forsyth e que chegou a ganhar versão cinematográfica no ano de 1974. Uma excelente pedida para o começo do ano é ler o livro e em seguida ver o filme.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Império Americano


O presidente Barack Obama em discurso na reunião na ONU disse que o mundo deve entender que os Estados Unidos não estão prontos para resolver todos os problemas do mundo.
Contudo, não é o que demonstra as atitudes tomadas pelos governantes anteriores e pelo próprio Obama. Invasões, guerras e combate ao terrorismo são frequentes.

Analisando o estandarte símbolo americano (foto acima) podemos ter noção de onde vem tamanha inspiração militar.

Império Romano:


Símbolo Nazista:



Sim...Imagens valem mais do que mil palavras.

Clique aqui para acompanhar a arquitetura de um prédio da Marinha Americana.
PS: Lembrando que hoje é dia de coluna Devaneios Argônicos, no Le Poete.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Blogueando no Blá Blá Gol

Imagens falam mais do que mil palavras.

Semana passada tivemos um dia dedicado à redução do uso do carro em grandes cidades, para conscientizar a população dos problemas causados pelo efeito da poluição.

Blogueando por aí, deparei com a seguinte foto no Blog Blá Blá Gol.