segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Rio - Cidade (quase) Maravilhosa


No século XIX e até meados do século XX, a cidade do Rio de Janeiro era a mais importante do país. Sede do Império, depois capital do país, éramos a cidade mais glamourosa, desejada e comentada. Com o passar dos tempos, o que se viu foi apenas a decadência da outrora denominada Cidade Maravilhosa.
Hoje em dia aparecemos na mídia somente pelo lado negativo. São notícias de tráfico, tiroteios, prostituição infantil e outros destaques deste tipo. Até mesmo nosso futebol passou a ganhar mais destaque não pelos títulos e vitórias, e sim pelos vexames.
Um de nossos orgulhos, o Carnaval, ganha destaque internacionalmente mais pelo fato da prostituição, do que pelo show em si. Até as famosas escolas de samba da cidade, perdeu espaço para as escolas de outros municípios, vide os último títulos da Beija Flor.
Andamos pelas ruas e observamos a decadência do local. São favelas, moradores de rua, asfaltos esburacados, prédios mal conservados, tiroteios e muito mais. Os moradores vivem em constante estado de alerta e em toque de recolher virtual. Observamos os semblantes dos cariocas e ao invés da alegria habitual, notamos medo e tensão.
O que fazer para reverter esta situação e voltarmos a ser aquela cidade especial? Com certeza, muito mais do que pendurar faixas de Basta nas sacadas dos prédios e reclamar da situação. Devemos nos unir e buscar soluções.

domingo, 29 de novembro de 2009

Coma


Robin Cook nasceu no ano de 1940, em Nova York e se transformou em um dos maiores escritores de romance de aventura e suspense do século XX. Formado em Medicina pela Universidade de Columbia, Cook juntou as duas maiores paixões de sua vida: Medicina e Literatura. Com extrema precisão, foi autor de diversos livros de sucessos, quase sempre tendo como pano de fundo a medicina. Livros como Febre, Cérebro e Mutation viraram best-sellers e venderam milhões em todo o planeta.
Alguns de seus livros chegaram a virar filmes, pelas mãos de reconhecidos diretores Hollywoodianos.
O livro Coma, considerado o seu maior sucesso, é uma excelente oportunidade de tomarmos contato com o mundo de Cook. Neste livro, ele nos trás uma história de suspense e ação, que prende o leitor já nas primeiras páginas e faz com que o mesmo devore o livro rapidamente.
A vida no prestigiado Hospital Memorial de Boston segue tranqüila, sem problemas, até que em um gelado inverno, Susan Wheeler, estudante de Medicina, começa a desconfiar de uma série de pacientes que saem da sala de operações nº 08 com o cérebro destruído. Susan começa então uma pequena investigação por conta própria e começa a descobrir uma enorme organização criminosa responsável pelo tráfico de órgãos. A partir daí, ela começa a correr risco de vida e passa a ser impiedosamente perseguida pela organização. Susan se vê no meio de uma corrida para salvar sua própria vida.
Excelente livro e uma dica imperdível para fãs da Literatura de suspense!

sábado, 28 de novembro de 2009

Projetos


Seguindo a história:
O que poderia fazer? Começou a tentar meditar, para que seu corpo, já totalmente dolorido, não doesse tanto e que sua mente pudesse descansar. Ele estava acostumado com o ritmo frenético dos pensamentos do dia-a-dia, mas nunca tinha passado por uma situação extrema como aquela.
Lentamente e com dificuldade, Fábio foi ficando um pouco mais tranqüilo e aos poucos diminuindo o ritmo de seus pensamentos. Contudo seus sentidos foram aguçados ao ouvir um distante barulho, diferente do zumbido intermitente que vinha ouvindo desde que recobrara sua consciência. Parou e tentou concentrar-se naquele ruído, parecia o som de louças se chocando, alguém comendo ou lavando pratos. O som durou alguns minutos e o zumbido passou a reinar sozinho em sua cabeça.
Fábio passou a ficar com fome e preocupado se o alimentariam, ou simplesmente esperariam o suposto resgate e o deixariam ali para morrer de qualquer jeito. Já um pouco sem forças, ele deitou no pequeno e escuro cubículo e começou a tentar relaxar e dormir um pouco, para afastar aquela incômoda dor no braço esquerdo.
Quer entender um pouco mais, clique aqui nos posts anteriores:

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A luta contra o tempo


Um dos maiores males da humanidade na Hipermodernidade é a incansável batalha contra o tempo. Além de ser uma guerra perdida, ela é causadora dos maiores estresses a que somos submetidos.
Já abordei o assunto em um post na coluna semanal Devaneios Argônicos. Clique aqui para ler.
Outro dia encontrei uma citação de Juan Luis Cebrian sobre a briga contra o tempo. Reproduzo abaixo, pois acredito ser uma excelente fonte de reflexão para todos nós.
"A velocidade é contrária à reflexão, impede a dúvida e dificulta a aprendizagem. Hoje nos vemos obrigados a pensar mais depressa e não a pensar melhor.
Embora nem tanto: se, por um lado, parece que conseguimos vencer o tempo, por outro, em nossa atividade cotidiana, a ausência dele acaba por nos destruir. Essa falta de tempo do homem e da mulher contemporâneos, num eterno corre-corre, roubando minutos do relógio, incapazes de estarem em dia por causa do enorme número de livros, jornais, rádios ou televisores que reclamam sua atenção, contrasta com a eliminação da dimensão temporal em desenvolvimento das infopistas. O tempo desaparece nelas, só que não para aqueles que por elas circulam."

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Rio de Janeiro por Bauman


Blogueando nos sites de amigos, encontrei esta verdadeira pérola no Blog A Lenda, de meu amigo Rafael Fortes.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman recebeu um pedido para responder a três perguntas da Agência Notisa sobre a situação do Rio de Janeiro, em relação à violência e às favelas. Estudioso como é, pediu um tempo para pesquisar sobre o assunto e poder responder com mais propriedade.
Como resultado, três artigos como resposta e que traduz o sentimento do sociólogo sobre um dos assuntos mais controvertidos de nossa sociedade brasileira, a violência.
Vale a pena clicar no link do A Lenda e conferir as respostas na íntegra.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Uma gota de sangue


O livro Uma gota de sangue deveria ser leitura obrigatória nas instituições de ensino em todo país. Com uma minuciosa pesquisa, Demétrio Magnoli apresenta um raio-x da história da discriminação racial na história da humanidade. Seja na África do Sul, EUA ou mesmo no Brasil, casos de racismo foram e são comuns até os dias de hoje.
Além de abordar com maestria o assunto, Magnoli joga luz sobre o polêmico assunto das medidas compensatórias, tais como as cotas raciais em universidades públicas, instituições governamentais etc.
Até que ponto a adoção dessas medidas é eficaz para reduzir o racismo cotidiano?
Apresentando casos em todo o mundo e a visão de diversos pensadores sobre o assunto, tais como o ícone americano Martin Luther King, o livro é um excelente embasamento para fazer a sociedade refletir e decidir o que de melhor pode ser feito no campo da inclusão racial na atualidade.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Coluna da Rouge--Reforma já!





Olá!
Qual a importância do livro na vida de um indivíduo?
Abrir caminhos?Produzir conhecimento?
De fato,estas são algumas respostas da imensa gama de contribuições que a leitura oferece.
Existe uma lenda que diz que o brasileiro não tem hábito de leitura.
Entretanto,qual parcela da sociedade brasileira tem livre acesso à literatura?
A pesquisa Retratos de Leitura, promovida pelo Instituto Pró-livro aponta que, por mais que haja um crescimento no consumo editorial, este não atinge aos consumidores das classes C e D.
Em sites são lançadas campanhas de doação de livros, a atitude é um belo caminho, mas na prática não acontece de maneira objetiva.
Seremos sempre um país provinciano que restringe o hábito da leitura e, por conseguinte o letramento, as camadas menos abastadas?
Chega de nos enganarmos com ineficazes políticas de incentivo a educação.

Reforma já!

Abraços!

Rouge Cerise

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Os jornalistas


Nascido no dia 20 de maio de 1799, Honoré de Balzac teve uma vida muito agitada e complicada. Oprimido pelo pai camponês e que se tornou funcionário público, teve de estudar Direito por imposição. Com seu amor pela Literatura, resolveu abandonar tudo e saindo de casa, viveu na França, sobrevivendo graças aos contos e peças de teatro que escrevia. A partir de 1829, começou a escrever romances, novelas, peças de teatro e também artigos que eram publicados nos jornais da época. Em 1834, escreveu aquela que é considerada a sua maior obra: A comédia humana, livro no qual ele condensou seus romances em apenas um, dividindo por capítulos temáticos.
Conhecido por seus escritos realistas e políticos, Balzac destacava-se pelo amor que sentia pela escrita. Era capaz de ficar mais de quinze horas por dia escrevendo suas obras. Talvez isso explique o imenso volume que o mesmo produziu.
Em Os jornalistas, Balzac descreve com ironia e crueza o perfil dos jornalistas na época, que se levarmos em conta o período que foi escrito podemos nos assustar como as características são as mesmas que encontramos ainda nos dias de hoje. Trabalhando sempre com as espécies encontradas na mídia, ele traça uma espécie de caricaturas dos profissionais da época.
Balzac também ficou muito conhecido por defender o tipo de produção Feudal, achava que a massa e o povo não tinham a habilidade de se governarem e de gerirem um sistema legal. Morreu no ano de 1850 e deixou um enorme legado à humanidade.

domingo, 22 de novembro de 2009

Cartunista prodígio III

Ilustração: João M.


Quem acompanha o Blog do Argônio já deve conhecer as tiras do cartunista prodígio João M. (Clique aqui para conhecer a série).


Com apenas 13 anos e dono de um humor crítico e muita criatividade, João aborda todos os temas do cotidiano com uma enorme categoria.


A tira acima fala sobre a eterna discussão do uso do Guitar Hero pelos jovens. Afinal ela estimula ou tira a vontade dos jovens de estudar o instrumento imortalizado por Jimmi Hendrix?


Post falando sobre o uso do Guitar Hero.

sábado, 21 de novembro de 2009

Racismo, cotas e Luther King

Volto hoje falando do tema racismo no Brasil.

Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade se refere ao sistema de cotas que vai sendo implantado aos poucos pelas diversas universidades públicas no Brasil. Muitos alegam que este é uma medida compensatória para reparar os danos causados pelos antepassados aos negros no país. Outros afirmam que ela apenas acentua a discriminação.

O sistema de cotas e medidas afins não são exclusividades do nosso país tupiniquim. Nos EUA, algumas medidas semelhantes já são observadas tantos nas universidades, como em empresas. Contudo, observe o que pensava o líder negro Martin Luther King a respeito do assunto.

"Luther King tinha tudo isso em mente quando explicitou que seu "Bill of Rights para os desvalidos", inspirado nos programas para veteranos de guerra, deveria ter como beneficiários os negros e os brancos pobres. No Where do We go from here, seu penúltimo livro, ele foi mais longe. Registrou que, em números absolutos, existiam duas vezes mais brancos pobres que negros pobres nos EUA e afirmou que, no lugar de uma ênfase excessiva nas relações entre pobreza e discriminação racial, melhor seria abordar a pobreza que atingia tanto os negros quanto os brancos."

O trecho acima foi retirado do livro Uma gota de sangue, do autor Demétrio Magnoli.

Acredito que o foco deva ser a exclusão social e não a exclusão racial.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Casa-Grande e Senzala

Ilustração: Ivan Rodrigues

O tema racismo sempre volta a tona na sociedade. Muito afirmam que o discriminação racial não é um problema no Brasil e que conseguimos viver com a presença de diversas "raças".
Contudo, no dia a dia, as atitudes que vemos mostram exatamente o contrário. Basta dar uma olhada nos programas de TV, nas empresas que trabalhamos, nas escolas, nas favelas etc.

Estamos longe de nos tornamos uma nação isenta desse mal, que nos assola desde os idos de 1500. Para refletirmos um pouco mais sobre esse assunto, destaco uma das passagens de Casa-Grande e Senzala, escrito por Gilberto Freyre e que é considerado por muitos, como uma espécie de certidão de nascimento da sociedade brasileira:

"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. (...) Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra."

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Siga o vento!






Conte-me uma história
Subverta os padrões
Mate os mocinhos
Vida longa aos bandidos


Dane-se os padrões
Quebre as algemas
Pule as cercas
Transforme-se no que bem quiser


Encontre moinhos de vento
Não os enfrente
Entregue-se a brisa suave que leva ao infinito
Que soprem para longe meses, dias e anos



Celebre o vazio
Siga o secreto
Renove-se
E a vida estará cheia, repleta do tudo


(Marquês de Sórdido)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Blogueando no Blog do Eric Ricardo


Comos os caros Argonautas já sabem, sou um apaixonado por desenhos e imagens.
Blogueando nos blogs amigos, conheci o trabalho do Eric Ricardo.
Mineiro, de Nova Lima, trabalha desde 2001 fazendo ilustrações para livros didáticos e revistas.
Vale a pena uma visitada no Blog do Eric e conferir de perto seus trabalhos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Coluna da Rouge -Maçãs subversivas



"Mulheres são como maçãs em árvores.
As melhores estão no topo.
Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão,
que não são boas como as do topo,
mas são fáceis de se conseguir.
(Autor desconhecido)

Qual o valor da mulher?

Números não são capazes de descreverem.
Dias atrás fomos surpreendidos pela selvageria dos alunos de uma faculdade contra uma garota,por um simples fato,ela trajava um vestido curto.
Valores?
Creio que eles desconheçam esse termo.
Contudo,será que nós mulheres estamos nos valorizando?
Antigamente,em meados do século XX ,se mediam tamanho de caráter pelas polegadas dos vestidos,diante disto, a forma de se manifestar contra valores hipócritas era usar Mini-Saia.
Triunfo?
Século XXI, a perseguição é contra nosso objeto de subversão.
Paradoxal!
Portanto, valorizem-se garotas!
Usem mini-saias, em todos os sentidos que elas possam conter:Liberdade,inteligência,beleza,sensualidade,dentre outros.
O mais importante é sermos altamente desejadas.
Apenas pelos homens?
Não!
Por NÓS mesmas,as deliciosas,subversivas e maduras Maçãs.

Este é o jeito Rouge de ser!

Beijos com aroma de maçã!

Rouge Cerise

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tempo fechado


O ramo da espionagem e ação é responsável por uma boa parte das publicações literárias em todo o mundo. Um escritor que popularizou e se tornou um dos mestres nesta arte foi justamente Ken Follet.
Nascido no País de Gales e morador de Londres desde criança, Follet sempre apresentou um gosto pela literatura. Sem ser um aluno brilhante na escola, passou a se dedicar horas ao estudo sozinho. Conseguiu entrar no University College London e cursou Filosofia. Sempre envolvido com política, fez uma pós-graduação em Jornalismo e trabalhou como jornalista em diversos jornais da Grã-Bretanha. Em 1978, publicou seu primeiro livro Eye of the needle. A partir daí não parou mais de escrever romances, sempre com muito sucesso.
Em Tempo Fechado, Follet nos conta uma história de uma empresa de Biotecnologia, sediada na Escócia, com subsídio americano, que pesquisa vírus e vacinas. Contudo, o vírus Madobe-2, criado pela Oxenford Medical sai de controle quando um técnico do laboratório aparece morto em casa após ser contaminado com o vírus letal. A partir daí começa uma seqüência emocionante de acontecimentos que coloca em risco toda a população da Europa.
Follet apresenta uma técnica toda característica ao apresentar vários personagens, que a princípio não tem nenhuma relação uns com os outros, mas que com o desenrolar da história vão se encontrando e tendo espaço decisivo na trama. Nenhuma ponta da história fica solta ou perdida no livro. Isto faz com que o livro traga a cada página, sempre uma surpresa, sem aqueles momentos de tédio que encontramos em diversos livros.
Uma excelente pedida para quem gosta de entrar no mundo da espionagem, ação e aventura. Se quiser conhecer melhor este universo, nada melhor do que um dos principais escritores do estilo europeu para apresentá-lo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Pulp Fiction - Um novo modo de se fazer cinema


O ano de 1994 é um marco na história da sétima arte. Foi neste ano que foi lançado o filme que se tornou um divisor no modo de se fazer e de se pensar cinema. Pulp Fiction – Tempo de violência, logo em seu lançamento, mostrou a que veio e projetou mundialmente o cultuado diretor Quentin Tarantino. Com baixo custo de produção para os padrões “Hollywoodianos”, cerca de U$ 8 milhões, o filme arrecadou mais de U$ 200 milhões e fez com que os filmes independentes passassem a ser vistos com outros olhos pela indústria cinematográfica.

Com um roteiro muito bem escrito, grandes estrelas (Bruce Willis, John Travolta, Samuel L. Jackson e Uma Thurman), doses de violência e humor na medida certa, Tarantino conseguiu logo no seu segundo filme, emplacar um grande sucesso e rotulá-lo como um verdadeiro cult movie.
Pulp Fiction conta várias histórias simultâneas e, a princípio, sem ligação uma com as outras.
Editadas fora da seqüência cronológica, as aventuras sucedem em ritmo ágil e rápido, garantindo que o espectador fique preso até o fim, em grande expectativa. Com esta idéia de histórias cruzadas, Tarantino consegue fazer um filme com vários atores no papel de destaque.
A primeira história é a de Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) que são dois assassinos profissionais e que têm uma missão de cobrar uma dívida para um temido gângster. Além disso, Vega se vê envolvido com a namorada (Uma Thurman) do chefe.
A outra história é a de Butch Coolidge (Bruce Willis), um boxeador que se vê envolvido com apostadores fora da lei. Butch acaba por ganhar uma luta que estava combinado que perderia. Dá-se início a uma verdadeira caçada ao boxeador.
Muitos espectadores podem alegar que o filme apresenta diversas cenas de violência explícita. Porém, Pulp Fiction funciona mais como uma crítica do diretor ao sistema de produção de filmes atuais. Ao lermos o texto de Edgard Morin, O Revólver, temos que a fórmula ideal de Hollywood é baseada no seguinte lema: “a girl and a gun” (uma garota e uma arma). Com isso, Tarantino pega este conceito e leva ao extremo. Garotas fora do padrão da beleza convencional e postura de mocinhas, vide o exemplo das personagens de Uma Thurman e Rosana Arquette, e violência desmedida, servem para fazer pensar no padrão atual dos filmes produzidos.
Algumas curiosidades podem ser percebidas durante as mais de duas horas de filme. A participação de grandes atores em papéis menores, a aparição de Tarantino em uma personagem e o ressurgimento de John Travolta após grande período de ostracismo.
Com baixo orçamento, porém com um roteiro super original, Tarantino provou aos executivos que um bom filme depende mais de criatividade e de boas atuações dos atores, do que necessariamente de montanhas de dinheiro e megas efeitos especiais. Um filme que com certeza vale a pena ser visto e revisto, pois faz com que o espectador leve uma “sacudida” no cérebro e passe a encarar o cinema com outra visão e não só nos “filmezinhos-padrão” que nos é imposto atualmente.

sábado, 14 de novembro de 2009

Quando Nietzsche chorou




O psicoterapeuta e professor de psiquiatria na Universidade de Stanford, Iryin Yalom, começou a planejar um livro com uma idéia inusitada e audaciosa. Yalom desejava juntar filosofia, psicanálise e romance, para produzir um best seller. De início, para muitos, a idéia soava estranha e um tanto quanto exótica. Porém, com o lançamento do livro no mercado e seu estrondoso sucesso de venda, ficou provado que o autor alcançou seu objetivo. Quando Nietzsche chorou é a publicação de estréia de Iryin Yalom e nos trás uma história muito bem contada e emocionante. A história se passa no fim do século XIX, mais precisamente no ano de 1882, quando Lou Salomé procura o renomado médico Josef Breuer para o mesmo ajudar o filósofo Friedrich Nietzsche. Segundo Salomé, Nietzsche passa por uma depressão profunda e chega a ter pensamentos suicidas. Breuer aceita o caso e com a ajuda de seu discípulo, Sigmund Freud, tenta curar Nietzsche com métodos não convencionais para a medicina da época, em um tratamento que seria a base da psicanálise. Com a mistura de personagens reais e situações fictícias, o autor consegue passar mensagens de fundo filosófico, além de apresentar ao grande público um pouco da obra de Friedrich Nietzsche, considerado um dos maiores filósofos de todos os tempos. Excelente oportunidade para mergulhar no mundo de Nietzsche e em seguida aprofundar em outras obras do grande pensador da humanidade.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

As aventuras de Sherlock Holmes

Mesmo para os que não são aficcionados por leitura, o nome Sherlock Holmes diz alguma coisa. O detetive mais famoso do mundo da literatura ganhou vida pelas mãos e mente de seu criador Arthur Conan Doyle.
Doyle, nascido em Edimburgo no em maio de 1859, estudou medicina e após se formar, começou a se dedicar exclusivamente à literatura. Inovou ao criar o seu personagem mais famoso, Sherlock Holmes, ao juntar suspense, aventura e psicologia. Além de romances policiais, Doyle foi autor de novelas, peças de teatro e diversos outros livros de ficção.
Em 1887, Doyle começou a se interessar também pelo Espiritismo. Ao estudar a fundo a doutrina, escreveu ainda A História do Espiritismo, obra composta de dois volumes e que apresenta a doutrina a fundo aos iniciantes da época.
Morreu no ano de 1930, deixando um imenso legado e tendo o título de Sir conferido pela Coroa Britânica.
Nesta coletânea, encontramos nove histórias de Sherlock Holmes e seu fiel escudeiro sir Watson. Sempre com muita sagacidade, Holmes acaba por desvendar os mais profundos mistérios do mundo do crime ocorridos na Inglaterra de sua época. Com muito raciocínio e esperteza, nada passa incólume ao poder de observação do detetive e nenhum crime fica sem solução.
Que tal embarcamos nestas fantásticas aventuras e mergulharmos no mundo de Holmes e Watson?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Blogueando no Vi o Mundo

Dando uma vasculhada na blogosfera, me deparei com o excelente e bem humorado texto reproduzido no Blog Vi o Mundo (clique aqui para conhecer).
A história foi escrita pela médica Fátima Oliveira e veiculada no jornal O Tempo.

O fetiche das tecnologias de comunicação

O fetiche das tecnologias de comunicação contemporâneas
Sou do tempo das cavernas. Tudo porque não tenho celular


Fátima Oliveira, no jornal O TempoMédica - fatimaoliveira@ig.com.br

Usufruo bastante das benesses tecnológicas da contemporaneidade que considero essenciais ao meu modo de estar no mundo. Todavia, de uns tempos para cá, tenho a impressão de que, para algumas pessoas, sou do tempo das cavernas. Tudo porque não tenho celular! Nada de ludita. Apenas defendo para meu consumo pessoal o uso racional da tecnologia - uma subjetividade e um modo de simplificar minha vida.

Todavia, para muita gente, é estranhíssimo eu não ter celular. "Você está sem celular, né?" Nããão! Não é que estou sem, é que não tenho! Já tive e enjoei. Era um desassossego. Há alguns anos, meu celular foi levado por um garoto na porta do meu prédio. Era Semana Santa e minha filharada toda estava viajando (alguém numa família precisa dar duro, é o esperado...). No sábado de Aleluia, eu chegava do plantão quando o celular tocou. Nem disse alô... Parecia que levaram um pedaço de mim. Na segunda-feira, comprei outro.

Em dezembro de 2006, um bom ladrão hospitalar o levou.Apenas defendo para meu consumo pessoal o uso racional da tecnologia –uma subjetividade e um modo de simplificar minha vida.

Aproveitei e decidi ficar sem. A crise de abstinência foi dose! Hoje, gosto imensamente. Sinto-me empoderada. No começo, foi reclamação generalizada. Quase sucumbi à gritaria familiar. Mas aguentei o tranco. Não apenas o meu celular foi expropriado, recentemente alguém surrupiou o porco-fone da coordenação de plantão... Acreditam? É vero! E olhem que ele só recebia! Ganhamos um celular, pela primeira vez, no começo da epidemia de gripe suína, daí o apelido carinhoso. Acredito que hospital é o lugar em que mais roubam celular. Juro!

A população de celular é tão assustadora num hospital que até para examinar um doente é preciso pedir para desligar o celular e ainda ficar aturando cada cara feia! Sem falar que muitas vezes é preciso pedir também para vizinhos e acompanhantes, que estão ao lado no maior papão. E ainda ouvir um monte de desaforos. Não encontro palavra mais adequada: é o caos do fetiche do celular!

Um dia, entrei na sala de emergência, na prática um CTI, quando dois celulares tocaram ao mesmo tempo. Teoricamente, nenhuma pessoa doente ali deve portar um celular, mas para minha surpresa dois doentes graves os atenderam numa boa, mesmo ofegantes. E de repente tocou outro! Era de outro doente, que só não o atendeu porque estava "entubado", mas seus olhos se abriram de uma forma tão pidona que quase atendi o celular pra ele! De repente, toca outro celular com aquelas músicas que até Deus duvida da breguice impertinente. Era o celular de um dos doentes que, todo lampeiro, falava em outro celular! Ai foi demais...Autoridade tem de pintar numa hora assim, não é? "Geeeente, assim não dá! Se todo mundo aqui pode atender celular, vamos dar o lugar para outras pessoas mais graves!" Quem vai imaginar que um doente grave não se desgruda do seu celular, ou dos seus celulares? E olhe que fazemos revista em todo mundo que chega lá e guardamos os celulares. Se num CTI é assim, faça ideia nas enfermarias...

Internet? Gosto. Sou facilmente encontrável por e-mail. Enquanto escrevo deixo abertos os e-mails que não permitem conversas em tempo real. Quando quero dou uma olhada. Mas Orkut, MSN e similares, nããão! Tenho a sensação de perda de tempo com mensagens em tempo real, que possuem suas bondades, mas é preciso ficar ligado só naquilo. O e-mail, acessamos quando desejamos. Twitter? Acho dispensável para a minha vida no momento, mas estou encantada com as possibilidades de twitteratura.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Materialização do amor



O mundo se vê atrás da corrida pelo ouro. Pessoas neuróticas pelo emprego, que não se permitem a uma folga, achando que se der brecha, perderá para uma concorrência cada vez mais ferrenha.
E.mails corporativos passados aos domingos e de madrugada são cada vez mais comuns, o que mostra o quanto as pessoas não consegue se desconectar da realidade e não se permite a uma folga que seja.
Este fenômeno deu origem ao que a socióloga Arlie Russell Hochschild chama de MATERIALIZAÇÃO DO AMOR. Para ela, tentando compensar o tempo em que não se é dedicado para a família, o sujeito tenta de todas as formas compensar. E uma das maneiras mais práticas é a compra de mercadorias para suprir esta ausência.
Segundo Hochschild:
“O consumismo atua para manter a reversão emocional do trabalho e da família. Expostos a um bombardeio contínuo de anúncios graças a uma média diária de três horas de televisão (metade de todo o seu tempo de lazer), os trabalhadores são persuadidos a “precisar” de mais coisas. Para comprar aquilo de que agora necessitam, precisam de dinheiro. Para ganhar dinheiro, aumentam sua jornada de trabalho. Estando fora de casa por tantas horas, compensam sua ausência do lar com presentes que custam dinheiro. Materializam o amor. E assim continua o ciclo.”
E então? O que você pretende para a sua vida? Se esgotar através de trabalhos ou tentar levar uma vida mais saudável perto das pessoas que realmente importam?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

COLUNA DA ROUGE-A FUGA DA CAVERNA

Olá!
A tigresa fugiu da caverna!

Perigo!






“Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel “

Tigresa/ Caetano Veloso



Instinto?
Se analisar sob a ótica da psicanálise, a perversidade é anterior ao ato maldoso, pois ela é um estruturante da psique infantil, que não pode discernir bem e mal, embora a atitude má seja consciente e voluntária.
Garrras?
Minha perversidade é involuntária, pois ela só pode existir devido à ausência de distinção entre uma conduta moral e outra imoral.
Presas?
Mas como poetisa busco a uma “Felicidade clandestina”(Clarice Lispector), em que a vítima tem plena consciência da tortura à qual está sendo submetida.

Pegadas?
Destilando libido,disponho-me ao sacrifício!

Abraços!

Rouge Cerise

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Rancière e a internet


Complementando o post da semana anterior sobre a entrevista de Jacques Rancière para a revista Cult, o filósofo francês possui uma visão interessante e um tanto quanto polêmica sobre o modo como devemos encarar o papel da internet na sociedade atual:
"Para mim, na verdade, a internet define essencialmente apenas um modo específico de circulação da informação, que não nega as formas anteriores da escrita. Dá para consultar, numa infinidade de sites, as obras clássicas da literatura e da filosofia, ao mesmo tempo em que existe a linguagem SMS (...) Para pensar essa questão da política e da literatura na era da internet, precisamos primeiro pensar nas relações entre tipos de mensagem. A internet é, para mim, um suporte que não vem associado a um tipo de mensagem particular. Portanto, não deve causar grandes mudanças."

domingo, 8 de novembro de 2009

Código de conduta


Mais uma dica de filme estreiante da semana: Código de conduta.

O filme retrata até que ponto vai o sentimento de vingança de um homem. Gerard Butler interpreta um engenheiro que tem sua casa assaltada e vê sua mulher e sua filha serem brutalmente assassinadas.
Nas mãos da justiça, o assassino pega uma pena leve e branda, após fazer acordo com o promotor da cidade.
Revoltado, Butler resolve colocar em prática um cruel plano de vingança contra todos aqueles que compactuaram com o caso.

Filme de ação e suspense para assistir grudado na poltrona e não conseguir desgrudar os olhos da telona.

Mais um filme que Argônio recomenda! Vale a pena!

sábado, 7 de novembro de 2009

Vidas para consumo


"Compro, logo sou."
Com a frase emblemática acima, inspirada na máxima proferida por René Descarte, Zygmunt Bauman define com precisão a sociedade atual. Passamos de uma fase em que a sociedade era definida pela produção e entramos na era da sociedade de consumo.
Além do fato de consumir qualquer coisa, a qualquer custo, os seres humanos passam a ser encarados como verdadeiras mercadorias. Estamos sempre em busca de nos tornar um "melhor produto" para se vender ao próximo. Seja no emprego, na família ou nos relacionamentos amorosos.
O livro Vidas para consumo é um alerta escrito por Bauman, para pensarmos a sociedade atual. Como queremos levar nossas vidas? Quais efeitos o consumo tem sobre todos nós?
Pode o consumo ser considerado uma condição sine qua non para sermos felizes?
Uma leitura recomendada a todos, independente da área de atuação. Linguagem simples e que apresenta claramente todo o pensamento de Bauman, um dos maiores teóricos da atualidade.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Angústia por reconhecimento

Sábias palavras proferidas por Pierre Bourdier em Meditações Pascalianas:

"Talvez não exista pior privação, pior carência, que a dos perdedores na luta simbólica por reconhecimento, por acesso a uma existência socialmente reconhecida, em suma, por humanidade. "

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TV: Quantidade sem qualidade


No final do ano de 2007, a TV digital foi lançada oficialmente na cidade de São Paulo. Com a promessa de revolucionar o modo de assistir e fazer televisão no país, dois anos após esse marco, o que se viu foram poucas mudanças.
Junte-se ao fato da disseminação da TV paga, a expectativa pela melhora da qualidade da programação ainda não veio.

Achei um artigo do jornalista Sérgio Augusto, publicado originalmente no jornal Estado de São Paulo e republicado no site Digestivo Cultural. Tocando na questão da qualidade da TV paga e das promessas digitais para a reformulação da TV brasileira, o jornalista atinge em cheio o seu objetivo.

O artigo é um pouco grande, mas vale a pena a leitura até o final.

Clique aqui para ler o artigo completo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Neobovarismo e a fuga

A filósofa Márcia Tiburi cunhou o interessante termo Neobovarismo.
Baseado na história de Gustave Flaubert, Madame Bovary, no qual a protagonista da história insatisfeita com a sua vida, busca uma fuga nos livros e se ilude com a possibilidade de ser outra pessoa e fugir do seu mundo real.
O fim do romance é trágico e Madame Bovary acaba por cometer o suicídio.

Baseado nesta história, a gaúcha Márcia Tiburi define o neobovarismo como a atual e incessante busca das pessoas, com o auxílio das mídias eletrônicas, principalmente a internet, de cunhar "avatares" e novas personalidades para cada um.

Para ela, a "internet não é mais o lugar de 'representações', uma categoria que servia para explicar tanto a política quanto a estética. Ela é o lugar de 'simulações' ".

terça-feira, 3 de novembro de 2009

COLUNA DA ROUGE--COMO BRINCAR COM NÚMEROS?




A coluna da Rouge de hoje será pelo lado'exato’.

Vamos à aula?

Os números são significantes repletos de significados.
Depende do leitor,obviamente!

Meus amigos, essa noite, eu tive alucinação.
Sonhei com um bando de números invadindo meu sertão
E de tanta coincidência, que eu fiz essa canção

Raul Seixas/ Números


Contudo,os números podem conter até mesmo,sentimentos.

O que seria de 1?
Por isso foi criado 2.
Eles se completam até o momento que entra o 3.
A adição, muitas vezes faz com o que era três volte a ser 1.
Vale ressaltar que alguma diversões são feitas com 3 e sucessivamente.
E o 4?
Pluralidade de sentidos.
O número 1 somou e tornou-se 2,mas,subversivamente agora brincam de 4.
A dança dos números segue a imaginação mútua!

Fantasia ou prazer?


Abraços!

Rouge!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Besouro


Compareci no dia da estreia para ver Besouro, filme brasileiro sobre uma das lendas da capoeira. Logo de cara, uma grata surpresa. O cinema estava mais cheio do que imaginei. Tinha um público maior do que quando assisti Bastardo Inglórios e Substitutos nos dias de suas estreias.
O filme retrata a lenda de um lutador de capoeira baiano, que nos anos 1920 tem de lutar para fazer valer os direitos dos negros recém-libertos e que ainda são tratados como escravos. Sem nenhum ator famoso ou global, o filme encanta pela história e pela atuação da maioria dos atores.
Com efeitos especiais e lutas coreografadas, o tempo passa de forma agradável e o espectador se vê totalmente dentro da história. Uma excelente dica!
Destaque para a cena do encontro romântico de Besouro com Dinorá e as belas paisagens.

domingo, 1 de novembro de 2009

Mulher de verdade

A Playboy americana, em sua edição de novembro, resolveu inovar. O ensaio de capa vem trazendo Marge Simpson!
Isso mesmo, a esposa de Homer e mãe de Bart será a estrela maior de uma das maiores revistas masculinas de todo o mundo.
Não deixa de ser uma crítica interessante ao modelo vigente, onde mulheres "photoshopadas" desfilam com suas pernas corrigidas, barrigas esticadas e outras coisas mais corrigidas pelo famoso editor de imagens.

Para visualizar um artigo que fiz criticando o uso do Photoshop, clique aqui e mergulhe no Devaneios Argônicos.