domingo, 15 de novembro de 2009

Pulp Fiction - Um novo modo de se fazer cinema


O ano de 1994 é um marco na história da sétima arte. Foi neste ano que foi lançado o filme que se tornou um divisor no modo de se fazer e de se pensar cinema. Pulp Fiction – Tempo de violência, logo em seu lançamento, mostrou a que veio e projetou mundialmente o cultuado diretor Quentin Tarantino. Com baixo custo de produção para os padrões “Hollywoodianos”, cerca de U$ 8 milhões, o filme arrecadou mais de U$ 200 milhões e fez com que os filmes independentes passassem a ser vistos com outros olhos pela indústria cinematográfica.

Com um roteiro muito bem escrito, grandes estrelas (Bruce Willis, John Travolta, Samuel L. Jackson e Uma Thurman), doses de violência e humor na medida certa, Tarantino conseguiu logo no seu segundo filme, emplacar um grande sucesso e rotulá-lo como um verdadeiro cult movie.
Pulp Fiction conta várias histórias simultâneas e, a princípio, sem ligação uma com as outras.
Editadas fora da seqüência cronológica, as aventuras sucedem em ritmo ágil e rápido, garantindo que o espectador fique preso até o fim, em grande expectativa. Com esta idéia de histórias cruzadas, Tarantino consegue fazer um filme com vários atores no papel de destaque.
A primeira história é a de Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) que são dois assassinos profissionais e que têm uma missão de cobrar uma dívida para um temido gângster. Além disso, Vega se vê envolvido com a namorada (Uma Thurman) do chefe.
A outra história é a de Butch Coolidge (Bruce Willis), um boxeador que se vê envolvido com apostadores fora da lei. Butch acaba por ganhar uma luta que estava combinado que perderia. Dá-se início a uma verdadeira caçada ao boxeador.
Muitos espectadores podem alegar que o filme apresenta diversas cenas de violência explícita. Porém, Pulp Fiction funciona mais como uma crítica do diretor ao sistema de produção de filmes atuais. Ao lermos o texto de Edgard Morin, O Revólver, temos que a fórmula ideal de Hollywood é baseada no seguinte lema: “a girl and a gun” (uma garota e uma arma). Com isso, Tarantino pega este conceito e leva ao extremo. Garotas fora do padrão da beleza convencional e postura de mocinhas, vide o exemplo das personagens de Uma Thurman e Rosana Arquette, e violência desmedida, servem para fazer pensar no padrão atual dos filmes produzidos.
Algumas curiosidades podem ser percebidas durante as mais de duas horas de filme. A participação de grandes atores em papéis menores, a aparição de Tarantino em uma personagem e o ressurgimento de John Travolta após grande período de ostracismo.
Com baixo orçamento, porém com um roteiro super original, Tarantino provou aos executivos que um bom filme depende mais de criatividade e de boas atuações dos atores, do que necessariamente de montanhas de dinheiro e megas efeitos especiais. Um filme que com certeza vale a pena ser visto e revisto, pois faz com que o espectador leve uma “sacudida” no cérebro e passe a encarar o cinema com outra visão e não só nos “filmezinhos-padrão” que nos é imposto atualmente.

3 comentários:

  1. Como eu nunca assisti a este filme?

    O farei e volto para comentar.
    Parabéns pela dica!

    Abs!


    Carol Sakurá

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  2. Hua, kkk, ha, ha, a Carol é massa, mas já vu Sin City (tanto o quadrinho, ou o filme)?

    As vezes é necessário nos chocar para gerar uma critica real e não apenas "huhum, eu gostei" e nem lembramos de realmente ter visto o filme.

    Fique com Deus, menino Leo.
    Um abraço.

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  3. O que eu acho interessante é que os filmes de Tarantino não nos convencem pela capa! Gosto muito da forma como ele dirige, mas titubeei bastante para ver Kill Bill, por causa da capa. Agora se é Tarantino que está dirigindo quero logo ver o filme.
    Sobre o Pulp fiction, outros filmes tentaram um estilo de filmagem parecido, mas é difícil conseguir sem que fique confuso :D

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