"Por complexo de vira lata entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo" Com a frase anterior, o dramaturgo Nelson Rodrigues descreveu o comportamento dos brasileiros, sempre com a tendência de desvalorizar o que é nosso.
Inicialmente, o termo foi cunhado devido à derrota na Copa de 50, em pleno Maracanã. Depois Rodrigues, ampliou para todos os campos.
Lembrei dessa expressão quando li o post do excelente Blog do Rica Perrone sobre a exaltação do futebol estrangeiro em relação ao nosso.
Clique aqui e acompanhe o post completo de Rica Perrone.
Pois o “complexo do vira lata” apresenta uma face ainda mais ridícula: me refiro à nossa baixa auto-estima. O exemplo clássico é a famosa pergunta que todo repórter ou entrevistador (mormente no Fantástico) aplica numa personalidade estrangeira: “Have you been in Brasil before?” Ficamos felicíssimos quando a resposta é afirmativa, e o pobre estrangeiro junta algumas palavras em português arranhado: a indefectível “saudade” quase nunca falha, seguida de “feijoada”. Então, sentindo-se em terreno favorável o entrevistador indefectivelmente mete em seguida “do you know bossa nova?” É quase orgástica a reação, quando a vítima cantareja os compassos iniciais de alguma música manjada da BN.
ResponderExcluirNunca vemos tal tipo de coisa quando nossos artistas vão estrangeiro. Ninguém nos EUA vai logo pedindo que o cara solfeje um compasso de Singing in the Rain ou de alguma balada de Elvis Presley e a dizer que gosta de burgers e apple pie. Tampouco creio que Chico Buarque, chegando na França, foi levado a cantar Ne me quitte pas, uma canção que fez sucesso nos anos ´60. Mas no Brasil necessitamos desse mimo – é fundamental que os outros saibam como somos, do que gostamos, o que cantamos, o que comemos, como se fossem as melhores coisas da vida. Baixa auto-estima!!
Guido,
ResponderExcluirRealmente é insuportável essa necessidade de ser reconhecido pelo mundo.
O complexo de vira-lata está cada vez mais aguçado.
Obrigado pela visita e espero vê-lo mais vezes.
Leo Lagden